sábado, 30 de julho de 2011

UNITA reúne em Setembro para analisar Congresso. SAMAKUVA NO DANÇA DO SAI OU FICA, MACULA A SUA IMAGEM POLÍTICA


A UNITA, por mais que os seus actuais dirigentes tentem escamotear, está a viver momentos de crise, por falta de visão estratégica da sua direcção. Desde que tomou posse, não tem sido possível congregar todas as franjas internas, resultantes das oposições a liderança de Isaías Samakuva.

E o toque para o despertar da companhia, deu-se quando no 22.07, terminou o prazo de Samakuva, acusado de resistir a mudança, adiando a convocação do congresso, logo preocupando os seus opositores de pretender liquidar politicamente a UNITA.
“Se em 2008, com a vergonhosa fraude, do MPLA, passamos de 70, para 16 deputados, em 2012, poderemos ter seis, face a postura perdedora do presidente Samakuva. Veja que o património que ele herdou, delapidou, tornado, também, do ponto de vista patrimonial o partido mais fraco”, disse ao F8, o militante A.Jeremias, que se identifica com a comissão de gestão.
No entanto, Alcides Sakala, porta-voz do Galo Negro, veio garantir uma reunião da sua comissão política em Setembro, para viabilizar a marcação do próximo congresso, tapando o sol com a peneira, quanto a existência de crise interna. "Dada a evolução da situação do país, com eleições previstas para 2012, o presidente Samakuva] defende a necessidade de se realizar o congresso tão logo seja ouvida a comissão política do partido, cuja reunião vai ter lugar em setembro", disse.
E aqui parece surgir outra contrariedade, pois a actual direcção condiciona a realização do conclave a criação de condições financeiras, posição condenada pelos insurgentes, que dizem estarem habituados a “provação e o jogo é Samakuva, querer imitar o Presidente Eduardo dos Santos, subvertendo as regras de jogo, sempre para se perpetuar no poder. Ele está a agir como um pequeno ditador, que instrumentaliza alguns comités provinciais, para não sair e assim poder afundar o partido”, argumentou.
Mas Alcides Sakala avança uma tese nova de o mandato de Isaías Samakuva “terminar este ano, melhor, vai de janeiro a Dezembro, por inexistência nos estatutos de uma indicação taxativamente quando se deve terminar o mandato", acrescentando ainda ser “o presidente o principal defensor da realização do congresso, mas que só o pode fazer depois de ouvir a comissão política.
Mas no crispar das posições com as declarações públicas e acusações mútuas, o auto-intitulado "Grupo de Reflexão", considera não ter Samakuva, condições para continuar no cargo, pelo que “se tiver vergonha ou honestidade intelectual, deve abandonar o cargo sem pré-condição, que o poder não ficará na rua".
Mas o porta-voz de Samakuva, não percebe, o que considera extremismo dos “outros maninhos, em exigirem a saída imediata do presidente. Não vemos razão para este debate agora, fora das estruturas do partido. Há uma direção eleita que vai levar o partido ao próximo congresso".
Mas a oposição considera “estar a direcção com manobras dilatórias, para nos adormecerem, enquanto vão ensaiando a fraude, comprando votos de alguns delegados províncias e então dizerem que as bases querem a sua continuidade, até a realização das eleições. Se isso acontecer será perigoso. Muito perigoso, para a UNITA, pois eles em desespero, já nos estão a agredir”.
E Sakala, aoproveita para negar ter sido, alguma vez, Icuma Muafumba, agredido durante uma reunião do Comité Permanente. "Não é verdade, ter sido por esta questão. Ele teve um desentendimento, com um colega e, nós, na altura, lamentamos e condenamos o incidente entre dois militantes do partido que teve lugar fora dos trabalhos da reunião. Na altura consideramos esta questão um caso de polícia e, no plano interno, o partido tem órgãos próprios para investigar e tomar medidas".
No entanto Jeremias, contraria o facto e alega, ter a pancadaria motivação de intolerância da parte dos bajuladores, que querem perpectuar-se no poder.
Pese estas divergências, a direcção considera ter conseguido controlar a situação e que a partir da reunião da comissão política em setembro haverá um quadro definido para o próximo congresso. "A UNITA tem tido visibilidade em quase todo o país nos últimos meses e há um crescimento devido aos militantes da UNITA, mas também há o sentimento de uma certa frustração perante as políticas do atual partido do poder. Há um sentimento de mudança que a UNITA vem protagonizando", sublinhou.

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