domingo, 24 de julho de 2011

Cabo Verde. “Ó luz, ó vai-te embora, caboverdeanos vaiam José Maria Neves”


Cerca de meio milhar de praienses protestaram no dia 19.07 na Cidade da Praia contra os constantes apagões e a falta de água, exigindo ao primeiro-ministro cabo-verdiano a resolução rápida do problema. “Ó luz, ó vai-te embora, Dr. José Maria Neves” foi o cartaz que encabeçou a manifestação, que partiu da Praça Alexandre Albuquerque, passou pela sede da Electra, empresa pública de água e luz, e terminou defronte do Palácio do Governo, onde os promotores da iniciativa entregaram um abaixo-assinado exigindo mais luz e água.
Velas, candeeiros de vela, dezenas de cartazes e cerca de meio milhar de praienses, entre eles alguns dirigentes do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), uniram-se em torno de uma iniciativa da Associação Cívica de Desenvolvimento da Praia (Pró-Praia) num dia em que, curiosamente, não faltou a luz.
“Electra vergonha nacional” e “respeito” foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes.
Em declarações aos jornalistas, Alcides Oliveira, líder do movimento cívico, indicou que os sucessivos cortes de energia elétrica, que a capital cabo-verdiana tem vindo a sofrer nos últimos dois meses, constituem uma situação “insustentável” e que traz graves prejuízos económicos, quer às empresas quer aos particulares.
O abaixo-assinado foi entregue por Alcides Oliveira a José Maria Veiga Júnior, chefe de gabinete do primeiro-ministro cabo-verdiano (José Maria Neves), que, na presença dos jornalistas, disse ao líder do Pró-Praia que a questão da energia é uma das preocupações do Executivo.
Desde Maio que a situação energética na Cidade da Praia – que conta com cerca de 130 mil habitantes, mais de um quarto da população total do arquipélago - se tem agravado, com cortes diários de mais de 12 horas, inviabilizando também, em grande parte dos casos, a distribuição de água.
Entre 23 de Maio e 10 de Junho, a capital cabo-verdiana ficou sem água nas torneiras, primeiro, ao longo de seis dias, devido a obras de reparação e, depois, durante 12 dias, por causa de uma avaria. Além da água, os cortes de energia elétrica foram igualmente constantes.
Em entrevista recente à Rádio Nacional de Cabo Verde, o administrador da Electra, Rui Spencer, garantiu que a situação de energia e água no país vai ser resolvida brevemente com a criação de uma bolsa de investimento, iniciativa que contará com a colaboração do governo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário